segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A experiência não é garantia de mercado...

Muito se tem discutido sobre a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, instituída pelo decreto-lei nº 972/69, que entrou em vigor após a Constituição de 1988. A obrigatoriedade do diploma, foi concebida sob o regime militar, no mesmo ano em que veio a lume o célebre AI-5 e, por isso mesmo, foi interpretada por alguns como ranço autoritário, posto a serviço do maior poder de restrição e controle sobre a “liberdade de imprensa” e, quiçá, da população jornalística do País, a previsão até hoje enseja dúvidas e gera discussões sobre sua eficácia e utilidade.
Nas décadas de 60/70 não havia cursos e faculdades voltadas na especialização dessa profissão, e muitos intelectuais escreviam e trabalhavam como jornalista. Eram épocas em que os jornais mais influentes não tinham qualquer preocupação com a insenção da cobertura. Os jornais de 50 anos atrás, tinham viés quase partidário, e dirigiam-se a leitores razoavelmente partidarizados, ou seja, a opinião era mais importante que a noticia.
O decreto-lei em questão previu a figura do "Colaborador", assim chamado àquele que, sem relação de emprego, produz "trabalho de natureza técnica, científica ou cultural, relacionado com a sua especialização", desde que o divulgue devidamente assinado. Para esta categoria a diplomação específica era facultativa, e Países como os Estados Unidos, Japão e França, entre outros, não exigem o diploma específico até hoje mas no entanto, ao que se sabe, mantém cursos de jornalismo altamente qualificados e muito concorridos.
Em 2008 o processo que tramitou desde de 2001, para destituir a profissão de jornalista, chega a sua instancia final. Nele, contém nas entrelinhas que a obrigatoriedade ainda estava sendo imposta a uma categoria que excluía aqueles que tinham liberdade de imprensa. Para os autores, diploma de jornalista está a serviço do maior poder de restrição e controle sobre a liberdade de imprensa. Questão essa que nascera nas década 60.
Para o professor Marcelo Freitas, este processo fere os princípios da profissão, onde o trabalho de um jornalista dentro do contexto “liberdade de imprensa” esta relacionado em levar a sociedade informação. Freitas disse que no fundo, o direito do jornalista à liberdade de imprensa é apenas um reflexo do direito da sociedade de estar bem informada. Ele reafirma, que a conquista que muitos intelectuais lutou para tornar a profissão regulamentada, está dentro do conceito da ética, pois hoje, ao contrario da década de 1950 o contraste com as manchetes dos jornais atuais, ficam nítidos, a neutralidade em levar a sociedade informação, e não a sua opinião partidária. Para Freitas, exercer esta profissão é necessário uma preparação, pois o compromisso maior do jornalista é com a sociedade, levando informação fidedigna, correta e isenta. Em seu conceito: “ser jornalista não está apenas relacionado a uma boa escrita, é preciso esta preparado para ser um questionador nato, e para isso, como qualquer outra profissão, a faculdade é o melhor caminho".



Na década de 60 o jornalista de profissão Fernando Zuba, teve grande êxito em sua carreira. Hoje, seu descendente Fernando Zuba Filho também quis se tornar um jornalista, mas para isto, teve que entrar para uma faculdade, mesmo tendo vivenciado a rotina do pai, e se especializado na escrita. Zuba Filho relata que cresceu ouvindo o seu pai dizendo que para ser um bom jornalista, é preciso estudo constante, pois a sociedade de ontem não é a mesma de hoje, e com o crescimetno dela, também haverá crescimento da noticia, e para dar conta dela, é preciso preparação cujo o caminho está relacionado também na vida acadêmica.
O jornalista Ferreira Junior da Rádio Inconfidência, esta na profissão desde 1976, e que mesmo sem formação passou por diversas rádios, onde vozes aveludadas era um passaporte para ingressar no rádio. Ferreira Junior é um jornalista de profissão, e confessa que pretende voltar a sala de aula, mesmo tendo mais de 30 anos de experiência, Ferreira acredita que nos tempos atuais a faculdade ajuda, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações. Ele afirma que a faculdade da ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza, e ajuda a desenvolver sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.
Ferreira afirma ainda que ser jornalista em época de grande intensidade da noticia, não é uma pratica natural, é preciso preparação para não perder as oportunidades que a atualidade vem oferecendo. Para ele, isto está propicio à aqueles que tenham preparação e não experiência.
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Um comentário:

Webjornal Laboratório disse...

Lena,

a mesma entrevista do JP não foi boa idéia. Mas o texto está bom, com pequenos probleinhas só.

abs
evaldo

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